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Mafra (Portugal)
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Brasão | Bandeira |
![]() Palácio Nacional de Mafra |
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Gentílico | Mafrense |
Área | 291,66 km2 |
População | 76 685 hab. (2011) |
Densidade populacional | 262,93 hab./km2 |
N.º de freguesias | 11 |
Presidente da Câmara Municipal |
Hélder Sousa Silva (PSD) |
Fundação do município (ou foral) |
1189 |
Região (NUTS II) | Lisboa |
Sub-região (NUTS III) | Grande Lisboa |
Distrito | Lisboa |
Antiga província | Estremadura |
Orago | Santo André |
Feriado municipal | Quinta-feira de Ascensão |
Código postal | 2640 Mafra |
Sítio oficial | www.cm-mafra.pt |
Municípios de Portugal ![]() |
Mafra é uma vila portuguesa no Distrito de Lisboa, região de Lisboa e sub-região da Grande Lisboa, com cerca de 11 150 habitantes.1
É sede de um município com 291,66 km² de área2 e 76 685 habitantes (2011),3 4 subdividido em 11 freguesias.5 O município é limitado a norte pelo município de Torres Vedras, a nordeste por Sobral de Monte Agraço, a leste por Arruda dos Vinhos, a sueste por Loures, a sul por Sintra e a oeste tem litoral no oceano Atlântico.
Mafra é famosa pelo seu palácio-convento, mandado construir por D. João V no século XVIII e que constitui a mais grandiosa obra do barroco português.
Demografia
População do concelho de Mafra (1801 – 2011) | |||||||||
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1801 | 1849 | 1900 | 1930 | 1960 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 | |
4 200 | 10 734 | 25 021 | 29 750 | 35 739 | 43 899 | 43 731 | 54 358 | 76 685 |
Freguesias
Desde a reorganização administrativa de 2013,5 o concelho de Mafra está dividido em 11 freguesias:
História
Vestígios arqueológicos sugerem que o povoado hoje denominado por Mafra foi habitado pelo menos desde o Neolítico. A origem do termo Mafra continua envolta em mistério, sabendo-se apenas que evoluiu de Mafara (1189), Malfora (1201) e Mafora (1288).
Alguns autores encontraram na sua origem o arquétipo turânico Mahara, a grande Ara, vestígio de um culto de fecundidade feminina outrora existente no aro da vila. Outros, radicaram o nome no árabe Mahfara, a cova, na presunção de que a povoação se encontrava implantada numa cova, facto desmentido pelo reconhecido arabista David Lopes. A vila está, isso sim, situada numa colina, cercada por dois vales onde correm as ribeiras conhecidas por Rio Gordo e Rio dos Couros.
Certo também é que Mafra foi uma vila fortificada, podendo ainda hoje encontrar-se, na Rua das Tecedeiras, um pouco da muralha que a cercava.
Os limites do castelo, que tudo leva a crer assenta sobre um povoado neolítico, sucessivamente reocupado até à Idade do Ferro, compreendiam toda a zona da “Vila Velha”, que hoje se inclui no espaço delimitado a Oriente pelo Largo Coronel Brito Gorjão, a Sul pela Rua das Tecedeiras, a Ocidente pelo Palácio dos Marqueses de Ponte de Lima e a Norte pela Rua Mafra Detrás do Castelo. A designação desta rua deve-se ao facto de a povoação ter voltado, literalmente, as costas ao flanco norte, por ser o mais exposto aos ventos. A densa floresta que, consta, existiu até ao século XIX na Quinta da Cerca, constituída por árvores de grande porte, reforçaria o paravento.
Em 1147, Mafra é conquistada aos Mouros por D. Afonso Henriques, e em 1189 a vila é doada pelo Rei D. Sancho I ao Bispo de Silves, D. Nicolau, que no ano seguinte lhe confere o primeiro foral.
O Foral Novo
Em 1513 o Rei D. Manuel concede Foral Novo a Mafra, o que subentende a relativa importância da vila, que em breve diminuiria drasticamente. Um censo da população datado de 18 de Setembro de 1527 apura 191 vizinhos, dos quais apenas quatro vivem em casais na vila. Quando, em 1717, o Rei D. João V lança a primeira pedra da construção do Palácio, Mafra resumia-se a uns casarios, aglomerados a centenas de metros do Monumento.
Ao longo do século XIX começou a povoação a crescer em direcção ao Monumento, embora o seu aspecto rural de vila saloia só tenha sido perdido no século XX, como provam as palavras de José Mangens, em 1936, ao descrever a antiga Rua dos Arcipestres, parte dela actual 1º de Maio: “(.) nada oferece de interessante e mais parece uma vila de aldeia sertaneja, com os seus casebres arruinados e típicos portais de quintais, blindados com latas velhas (.)”.
As invasões e as fugas
Corria o dia 8 de Dezembro de 1807 quando as tropas de Napoleão entraram em Mafra para montar quartel-general no Palácio. Parte do exército seguiu para Peniche e Torres Vedras, enquanto o restante ficou aquartelado no Palácio e Convento, e os oficiais nas casas da vila, sob o comando do General Luison.
A invasão duraria cerca de nove meses. No dia 2 de Setembro o exército inglês irrompia em Mafra, saudado com grande alegria pela população e ao som dos carrilhões.
A 5 de Outubro de 1910 de novo o povo de Mafra viveria um dia único. A revolução republicana estalara na véspera em Lisboa, o Rei D. Manuel II refugiara-se durante a noite no Palácio e abandonava Mafra, num automóvel escoltado, acompanhado da sua mãe e avó, rumo à Ericeira, onde o Iate D. Amélia os conduziria a Gibraltar e ao exílio.
Volvidos quatro anos sobre a fuga de El-Rei, novo sobressalto em Mafra: no dia 20 de Outubro, um grupo de monárquicos reuniu-se no largo D. João V e, munido de algumas armas, encaminhou-se para a Escola Prática de Infantaria, instalada no Convento, depois de cortar os fios telefónicos e telegráficos. A revolta foi facilmente anulada pelos militares, acabando na cadeia de Mafra cerca de uma centena de pessoas.
Mafra e os Militares
Desde a construção do Monumento que os militares conferem parte do ambiente humano à Vila de Mafra.
A partir de 1840 o Convento passou a ser ocupado por tropa, e em 1859 cerca de quatro mil recrutas ali assentaram praça para receber instrução no Depósito Geral de Recrutas, criado por D. Pedro V. Esta instituição seria extinta no ano seguinte, após 94 recrutas terem falecido supostamente devido a doença infecto-contagiosa. De 1848 a 1859, e de 1870 a 1873 o Convento alberga o Real Colégio Militar.
Em 1887 é criada a Escola Prática de Infantaria e Cavalaria e no ano seguinte é construída, na Tapada de Mafra, a carreira de tiro, de que passou a ser frequentador o Rei D. Carlos, entusiasta dos concursos de tiro. Em 1896 é criada a Escola Central de Sargentos, dependente da Escola Prática de Infantaria.
Em 1911 é fundado o Depósito de Remonta e Garanhões, que dá lugar, em 1950, à Escola Militar de Equitação e sete anos mais tarde ao Centro Militar de Educação Física, Equitação e Desportos.
Hoje continua a funcionar o agora denominado (desde 1993) Centro Militar de Educação Física e Desportos, no Largo General Conde Januário, e a Escola Prática de Infantaria, no Convento de Mafra.
O Novo Milénio
A partir do ano de 2000, o concelho tem-se desenvolvido e crescido de uma maneira espantosa, quase que duplicando a população em apenas 20 anos. Isto deveu-se principalmente ao melhoramento das infra-estruturas rodoviárias, em particular da A8 e a construção da A21.
Graças à sua proximidade a Lisboa, o concelho de Mafra torna-se atractivo para as pessoas, daí que não seja de espantar o aumento da população, e dos movimentos pendulares. A realização de eventos como o ASP World Tour e o Circuito Nacional de Waveski trazem prestigio, e definem Mafra como um dos concelhos emergentes da Área Metropolitana de Lisboa.
Política
O município de Mafra é administrado por uma câmara municipal, composta por um presidente e oito vereadores. Existe uma Assembleia Municipal, que é o órgão legislativo do município, constituída por 38 deputados (dos quais 27 eleitos diretamente).
O cargo de Presidente da Câmara Municipal é atualmente ocupado por Hélder Sousa Silva, eleito em 2013 pelo Partido Social Democrata, tendo maioria absoluta de vereadores na câmara (5). Existem ainda três vereadores eleitos pelo PS e um pela CDU. Na Assembleia Municipal, o partido mais representado é novamente o Partido Social Democrata, com 13 deputados eleitos e 10 presidentes de Juntas de Freguesia (maioria absoluta), seguindo-se o PS (9; 1), a CDU (3; 0), a coligação Mafra Merece Mais (CDS-PP/MPT/PPM – 1; 0) e o Bloco de Esquerda (1; 0). O Presidente da Assembleia Municipal é José Bizarro, do PSD.
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Educação
O concelho de Mafra é rico em escolas com um alto nível de excelência. Assim a Educação, está dividida em vários estabelecimentos de ensino, privados ou públicos.
Agrupamentos Verticais de Escolas[editar | editar código-fonte]
Escolas Básicas Integradas (EB1/JI)[editar | editar código-fonte]
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Creches (0 aos 3)[editar | editar código-fonte]
Jardins de Infância[editar | editar código-fonte]
Escolas Básicas do 1.º Ciclo[editar | editar código-fonte]
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Escolas Básicas dos 2.º e 3.º Ciclos[editar | editar código-fonte]
Colégio Santo André Escolas Secundárias[editar | editar código-fonte]
Colégios[editar | editar código-fonte]
Escolas Profissionais[editar | editar código-fonte]
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Economia

Hotel na Ericeira – o turismo desempenha um papel essencial na economia do concelho
Grande parte da economia do concelho de Mafra passa pelo turismo, que se concentra principalmente em dois pólos: na freguesia de Mafra, onde encontramos o Convento de Mafra e a Tapada Nacional de Mafra, e na freguesia da Ericeira, conhecida pela sua vila pitoresca, praias, gastronomia e o surf. Apesar da terciarização verificada nos últimos anos no concelho, a indústria também tem um papel essencial na economia local, com importantes fábricas localizadas principalmente no eixo Venda do Pinheiro-Malveira, entre elas a Fábrica da Sicasal e da Schweppes. Ao longo dos anos, o sector primário foi perdendo a importância que teve na vida do concelho, empregando apenas 1,6% da população, contra os 59,50% do sector terciário e os 38,80% do sector secundário. No total, estão registadas 2.124 empresas a operar no concelho.6
Transportes
Rede Rodoviária

A 8 perto da Malveira.
O Concelho de Mafra é constituído por uma rede viária que serve toda a região, tendo como eixos principais as estradas nacionais – EN 8, EN 9, EN 116 e EN 247 – e asa estradas secundárias (municipais), permitindo a ligação os municípios de Torres Vedras, Sintra, Loures, Sobral de Monte Agraço e Lisboa.
Para além destas estradas, o Município é servido, ainda, pela Auto-Estrada A8 (Lisboa – Leiria, com as seguintes saídas no Concelho de Mafra: Venda do Pinheiro, Malveira e Enxara dos Cavaleiros), e pela A21 (Ericeira – Mafra – Malveira, com as seguintes saídas: Ericeira, Mafra Oeste, Mafra Este, Malveira e Venda do Pinheiro), contribuindo para a melhoria das deslocaçtrões de passageiros e mercadorias e, consequentemente, para o desenvolvimento do próprio Concelho.Em relação ao serviço de transportes públicos rodoviários de passageiros, este é assegurado pelas empresas Barraqueiro Transportes, SA (Barraqueiro Oeste e Mafrense); Rodoviária de Lisboa; e Isidoro Duarte. A oferta rodoviária concentra-se nos seguintes troços principais:
Mafrense: Principal operador de transporte público rodoviário no concelho, existindo em Mafra, na Malveira e na Ericeira, ligações para Torres Vedras, Sintra, Loures e Lisboa (Campo Grande e Colégio Militar).
Barraqueiro Oeste: Ligação de Torres Vedras e de Sendieira para Lisboa (Campo Grande), passando pela Malveira e por Loures.
Rodoviária de Lisboa: Ligações da Malveira para Almargem do Bispo e para Bucelas
Isidoro Duarte: Efectua ligações nas zonas de Milharado e Venda do Pinheiro, e também para a zona ocidental do concelho de Loures e para o Campo Grande, em Lisboa.
Rede Ferroviária
O concelho é servido pela Linha do Oeste, com estações em Mafra (estação Mafra-Gare) e Malveira, e apeadeiros em Alcainça–Moinhos e Jeromelo, desempenhando funções, essencialmente, interurbanas e regionais, quer em termos de transportes de mercadorias (sobretudo na estação da Malveira), quer em termos de passageiros.
Eventos
- Festa do Marisco de Ribamar em Ribamar
- Festas em honra de Nossa Senhora da Nazaré – boas-vindas e despedidas – de 17 em 17 anos, em Agosto e ou Setembro. Mais recentes festejos: 1993 (boas-vindas)/1994 (despedidas) e 2010 (boas-vindas)/2011 (despedidas)7
Cidades geminadas
Ligações externas
- Mapa do concelho de Mafra
- www.ericeira.com Jornal online O Ericeira
- www.ericeirablog.com Blog sobre Ericeira
- Apaixonados por Mafra – Apaixonados por Mafra é uma página destinada a promover e divulgar o concelho de Mafra em Portugal e no Mundo
- Descoberta de Mafra – Página sobre o Concelho de Mafra
Referências
- Ir para cima↑ INE. Anuário Estatístico da Região Lisboa 2012. Lisboa: Instituto Nacional de Estatística, 2013. p. 26. ISBN 978-989-25-0216-8 ISSN 0872-8984 Página visitada em 29/11/2014.
- Ir para cima↑ Instituto Geográfico Português (2013). Áreas das freguesias, municípios e distritos/ilhas da CAOP 2013 (XLS-ZIP) Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP), versão 2013 Direção-Geral do Território. Visitado em 28/11/2013.
- Ir para cima↑ INE. Censos 2011 Resultados Definitivos – Região Lisboa. Lisboa: Instituto Nacional de Estatística, 2012. p. 96. ISBN 978-989-25-0185-7 ISSN 0872-6493 Página visitada em 15/04/2014.
- Ir para cima↑ INE (2012). Quadros de apuramento por freguesia (XLSX-ZIP) Censos 2011 (resultados definitivos) Instituto Nacional de Estatística. Visitado em 27/07/2013. “Tabelas anexas à publicação oficial; informação no separador “Q101_LISBOA”“
- ↑ Ir para:a b Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro: Reorganização administrativa do território das freguesias. Anexo I. Diário da República, 1.ª Série, n.º 19, Suplemento, de 28/01/2013.
- Ir para cima↑ Dados da Câmara Municipal de Mafra
- Ir para cima↑ Site oficial dos festejos em honra de Nª Senhora da Nazaré em Mafra
- Ir para cima↑ Lista de cidades geminadas em Portugal – página 383