A sensatez do protesto
Embora exista uma percentagem apreciável de pessoas que, por algum receio ou por algum comodismo, vai conseguindo “ver, ouvir, e falar” também existem aquelas que têm o dom de denunciar o que está mal, e que lutam pela melhoria merecida e desejada, numa sociedade onde as coisas deveriam funcionar melhor.
No entanto, lutar não é agredir tudo e todos com palavras insensatas que trazem consigo carradas de má educação, e que, não raras vezes, beliscam os visados no mais intimo da sua sensibilidade.
Quantas vezes damos conta da anarquia com que certas pessoas, usando o legítimo direito à crítica, são tão lancinantes nos seus protestos que chegam a passar os limites do razoável, provocando autênticas guerras sem quartel, onde as armas são as palavras que, quando transformadas em sarcasmo, podem ferir muito mais do que qualquer bala de artilharia.
É importante que as vozes da discórdia se levantem sempre que necessário, em defesa do bom funcionamento das instituições, porque o povo merece!
É importante que a nossa ira seja manifestada, até porque, citando a Rainha Cristina “a ira calada é a mais perigosa”.
Só não são aceitáveis os métodos algo ortodoxos, como se protesta neste país de liberdades exageradas.
Portugal, é a sede das insatisfações sociais, religiosas e desportivas, mas também é o berço dum povo de brandos costumes, que até acredita no provérbio “quanto mais me bates, mais gosto de ti”… só que, por favor, não nos subestimem, porque um povo subestimado pode ser uma bomba pronta a deflagrar nas mãos de quem a controla, e aí pode o feitiço virar-se contra o feiticeiro.
Haja sensatez nos protestos e nas atitudes sociais para que todos tenhamos… a nossa razão.
Convém não esquecer que: nem sempre a nossa razão é a verdadeira.
Socialmente falando:
- Tony Teixeira, Jornalista, Correspondente em Genebra, Suiça