O primeiro bilhete de identidade emitido em Portugal foi em 1914

Bilhete_de_Identidade_de_Manuel_de_Arriaga_(2JAN19

O documento tinha fotografia e impressão digital. Mas não só:

Possuía também informações detalhadas sobre os traços físicos.

Um dos primeiros portugueses a tirar o BI foi o antigo Presidente da República, Manuel de Arriaga.

O documento, que data de 1914, e que hoje pertence ao espólio do Museu da Presidência da República, tinha três páginas.

Indicava que o líder republicano vivia no Palácio de Belém, tinha uma cicatriz na cabeça, do lado direito, cabelo e barba de cor branca.

Estas informações eram ainda complementadas com duas fotografias, uma de perfil e outra de frente, que ocupavam a parte central da caderneta amarelada.

Por baixo das imagens, está a data em que foram tiradas: 1911.

Desde que foi criado oficialmente e até 2007 (ano em que começou a ser substituído pelo cartão de cidadão), o bilhete de identidade sofreu várias mudanças.

De um cartão com três páginas cheio de detalhes sobre a aparência física, passou a documento plastificado com menos informação, mas mais difícil de ser copiado.

Em 1952, por exemplo, chegou mesmo a haver uma versão diferente para as pessoas que viviam nas então províncias ultra-marinas: em vez de só se recolher a impressão digital do dedo indicador, punham-se as dos 10 dedos.

Nos primeiros tempos, o BI não servia para verificar oficialmente a identidade dos cidadãos.

Em 1919
a lei estabeleceu que o documento podia servir como prova. Se, por exemplo, alguém duvidasse do nome verdadeiro de uma pessoa, era preciso levar duas testemunhas que atestassem no Registo Civil a veracidade da informação.

Nessa época, o BI português tinha uma validade de cinco anos e era um dos mais modernos da Europa.

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