Prazo para apresentar acusação vai de novo ser adiado?
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Mais de seis horas depois de ter começado a ser ouvido pelo Ministério Público, José Sócrates afirmou, esta segunda-feira à noite, que não há provas sobre as alegações contra si.
À saída do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) de Lisboa, o antigo primeiro-ministro considerou que o Ministério Público “não conseguiu apresentar provas sobre as alegações” e mostrou-se “espantado” com que o ouviu.
“Vim aqui na esperança e expetativa de justificar e explicar o que fiz“, disse José Sócrates, referindo que as alegações contra ele são um “ataque político” ao seu governo.
No entanto, afirmou que não foi confrontado com provas que pudessem “servir de base” para as imputações que lhe são feitas.
“Eu julguei que esta era a última oportunidade para o Ministério Público, finalmente, apresentar elementos de prova, elementos de facto, que pudessem sustentar as suas alegações“, disse José Sócrates.
“Fiquei espantadíssimo porque o Ministério Público não foi capaz de apresentar nada, a não ser uma escutazinha aqui e outra ali“, acrescentou.
“Ao fim de três anos e meio, eles não têm nenhuma prova. Têm um padrão de transformar uma atuação, que devia ser decente, em algo mediático e em campanhas de difamação através de vocês“, afirmou aos membros da comunicação social que se encontravam à sua espera.
O antigo líder do PS considerou “absolutamente escandaloso” que o MP “possa não respeitar os prazos” processuais que “estão nos códigos e que é igual para todos”.
“Não me espantaria nada que adiassem outra vez [a conclusão do inquérito]”, afirmou.

José Sócrates sai do DCIAP