O julgamento em curso nos Comandos
- Declaração de interesses
- Fica claro quanto lamento a morte dos 2 instruendos no Curso agora em julgamento. Outra coisa é apreciar o que se está a passar e como se passa.
As tropas de Comandos são tropas especiais, normalmente constituídas por voluntários.
São jovens apostados em servir bem, vidé o caso do Afeganistão em que um General Inglês disse que nunca tinha comandado tropas com esta capacidade, ou, mais recentemente na República da Guiné onde temos uma Companhia e as populações indefesas saiem às ruas sempre que uma patrulha de Comandos passa.
Muitos exemplos poderia acrescentar, mas são despiciendos de interesse, desde que se salvaguarde o essencial.
Estas forças devem ser bem preparadas, equacionar os cenários mais complicados, só desta forma se pode ser eficaz e útil.
Recordo-me de em 1971, em Leiria, aquando das minhas provas para o Regimento, como voluntário, ter prestado provas, nomeadamente a de agressividade e o meu “adversário” foi o Tenente Caldeira (que aqui saúdo).
Nessa prova, depois de vários golpes de todo o tipo, quando estava em queda, fui atingido no nariz e parti a cana do mesmo.
O Tenente Caldeira, levantou-me, abraçou-me e levou-me à enfermaria, dizendo-me, “desculpa, não tive intenção”.
E não teve, o assunto ficou arrumado como devia. Eu não era suficientemente bom apesar dos anais militares me registarem como exemplo para a juventude e ainda as capacidades exibidas em combate (destaco com orgulho) e, acentuo, é provável que hoje aqui não estivésse, caso em muitas situações não tivesse em apoio Homens como os que tive a felicidade de conhecer.
Falamos de tropas Especiais, capacitadas para o pior e sempre prontas a defender o que é essencial, nomeadamente a soberania.
O julgamento em curso que envolve 19 militares, deveria ter isto em mente.
As tropas são voluntárias, sabem ao que ficam expostos e, se não estiverem expostos às dificuldades, no final não terão condições para desempenhar as eventuais missões em qualquer parte do mundo.
Compreende-se o desespero das mães, mas lembro o orgulho que teriam depois de ver os filhos devidamente aprovados.
Não é fácil, mas fica aqui o apelo aos Senhores Juízes que julgam – julgam voluntários para tropas especiais.
PF
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