Marte – a última Fronteira
Elon Reeve Musk nasceu em Pretória – Africa do Sul a 28 de junho de 1971, tendo fixado residência no Canadá e Estados Unidos; Elon, desde muito cedo que evidenciou uma paixão pelas tecnologias de ponta e sobretudo pela exploração Espacial; mas foi o lançamento em larga escala do veiculo elétrico da Tesla Motors de que é Presidente, que o transformou num dos homens mais ricos do Planeta; apostando na corrida espacial a sua fortuna, em concorrência com os Estados Unidos, Rússia e China.
Elon, é um visionário futurista e dispõe de meios para poder colocar em prática um sonho de infância; levar o primeiro ser humano até Marte, e ser pioneiro no desenvolvimento da inteligência artificial; que determinará no futuro as nossas vidas e o destino da humanidade, traçando os objetivos humanos em duas vertentes; pôr a salvo a nossa espécie de um holocausto nuclear, de uma alteração radical climática, e o contato com inteligência extraterrestre de que é um grande entusiasta.
A inteligência artificial de que Elon Musk é um apaixonado, vai ter um grande impacto a curto prazo nos 7.4 mil milhões de habitantes do Planeta Terra; porque 90% da população terrestre, não está preparada para a grande mudança que se avizinha; a exemplo, um licenciado de há 5 anos em altas tecnologias de ponta, terá que regressar à Universidade para se atualizar de dois em dois; porque toda a aprendizagem foi entretanto ultrapassada; uma consequência do ritmo no avanço tecnológico que é determinado pelo consumismo e o furor dos mercados, imposto pelos países emergentes como é o caso da China, Rússia e India entre outros.
Os países que detiverem o domínio na inteligência artificial, vão dominar em todas as frentes e ganham qualquer conflito nos campos económico ou militar subjugando o resto do Mundo, porque terão a capacidade de limitar o avanço tecnológico da concorrência. Elon Musk, disse estar preocupado com a possibilidade de uma 3ª guerra Mundial, cujos motivos serão a corrida tecnológica entre Nações; só que, na verdade essa guerra já começou sem que nos apercebamos. Num artigo que escrevi recentemente coloquei esta preocupação; o país que não investir para se manter na linha da frente, será subserviente porque simplesmente perdeu o último comboio.
Uma possível viagem a Marte marcará o fim da nossa última epopeia “humana” no espaço; todas as que se seguirem serão assumidas por máquinas artificiais, sendo algumas robotizadas a simularem figuras humanas que foram os seus inventores.
Toda a logística associada a uma viagem interplanetária a Marte que será a primeira, enfrenta inúmeros riscos; onde a imponderabilidade é a maior preocupação dos cientistas; por isso a viagem a Marte se for levada a bom termo, será (o canto do cisne) da nossa epopeia espacial que começou a 12 de Abril de 1961 com Yuri Gagarin, a ser o primeiro humano a orbitar a Terra a bordo da Vostok 1; e que culminou com 6 viagens à Lua, onde 12 astronautas pisaram o Satélite natural da Terra.
Quanto á ambição humana em saber da possível existência de vida e sobretudo inteligência extraterrestre, os astrónomos terão em 2020/2021 dois poderosos instrumentos que com toda a certeza, nos vão contemplar com muitas das respostas que nos temos questionado através dos tempos; estaremos nós humanos, completamente sós no Cosmos? O SKA ( Sky Kilometer Array ) cujas antenas estão já a ser construídas na Austrália, África do Sul, Argentina e Mozambique contam com a colaboração de alguns países incluindo Portugal; que no conjunto, perfazem um quilómetro quadrado de área, tornando-o no mais poderoso radiotelescópio do Mundo; e o E-ELT ( European Extremely Large Telescope ) com 39 metros de diâmetro será o maior Telescópio refletor construído até hoje.
Elon Musk não é um cientista, por isso encara a exploração Espacial como o maior negócio de todos os tempos; e este é o perigo que tanto os Estados Unidos como a Rússia e China terão que travar, porque existe a possibilidade de outros investidores seguirem as peugadas do milionário da Tesla; o que transformaria o Espaço numa zona de “livre exploração” como aconteceu nos Oceanos durante a época dos descobrimentos.
O projeto Espacial é uma longa investigação em todos os campos; da física à astronomia, astrofísica e física dos metais, com dezenas de anos de investigação feita pelos génios brilhantes nas melhores Universidades do Planeta, onde foram gastos triliões em processos científicos com êxito e muitos outros falhados; uma consequência dos riscos que uma investigação comporta, recordo os 7 Astronautas que perderam a vida na descolagem do Challenger em 1986, e tantos outros que nunca vieram a conhecimento público, como era o caso da antiga União Soviética que foram os pioneiros em orbita Espacial.
Quanto à pesquisa por inteligência extraterrestre (SETI), o multimilionário russo Yuri Milner doou numa primeira fase do projeto, 100 milhões de dólares a esta Instituição, para um possível contato com inteligências oriundas da nossa Galáxia ou de outras partes do Universo, que muito remotamente será feito com seres biológicos como nós; o mais provável é que seja com máquinas inteligentes que foram construídas há dezenas, centenas ou milhares de milhões de anos atrás, por seres biológicos que já se extinguiram.
Enquanto se aguarda pela entrada em ação destes dois Telescópios acima referidos, que são fundamentais para o sucesso duma arrojada viagem interplanetária; a NASA continua quase em segredo a preparação para a colocação do primeiro humano em Marte, que em princípio será uma mulher “Alyssa Carson” que está a ser preparada para a missão há 8 anos.
O “projeto Marte” é de Wernher Von Braun e data de 1947. Foi o primeiro estudo detalhado para uma viagem a Marte, mas só 22 anos depois o homem conseguiu chegar à Lua. Os condicionalismos económicos e conflitos no globo, têm constituído um entrave a uma Grande Aliança na exploração Espacial; e o objetivo desta viagem não é como muitos fantasiam; porque não é encontrar vida ou inteligência em Marte que nos move, mas sim testar a nossa capacidade para que o Planeta Vermelho possa ser se necessário, um refúgio provisório em caso da nossa espécie estar ameaçada de risco de extinção.
A possibilidade de uma civilização tecnológica se ter desenvolvido em simultâneo com a nossa num raio periférico de 15.000 anos-luz, é de um para 10.000 milhões; o que coloca em primeiro plano dos cientistas a nossa sobrevivência, porque vai ser de nós que ela dependerá.
*Joaquim Vitorino, Director do Jornal de Vila de Rei
Astrónomo Amador