
Nota do Director
O triste caso que envolve Dom Juan Carlos não permite esquecer o que o Monarca Emérito representou para Espanha, para a instalação da Democracia e estabilidade do país irmão.
Saudamos a firme posição de Pedro Sanchez, Primeiro-Ministro de Espanha ao defender a Monarquia, lembrando que não se julgam Instituições mas pessoas.
PF
Juan Carlos I vai passar o exílio em Cascais
Juan Carlos vai ficar exilado provávelmente em Portugal, embora, a Repúblicana Dominicana seja outra possibilidade, depois de ter comunicado, esta segunda-feira, ao filho que iria deixar Espanha e escolher outro país para viver. O rei emérito de Espanha já está em Cascais, local onde a família real espanhola tem uma casa, avança a TVI24.
De recordar que Juan Carlos passou vários anos da sua juventude nesta zona de Portugal, exilado com os pais. Em declarações ao jornal Sol, Carlos Carreiras, presidente da autarquia local, garante que o ex-governante será recebido “com toda a amizade”.
“O rei emérito Juan Carlos é um cidadão de Cascais, que aqui viveu durante largos anos, que cá mantém muitos amigos e que, de alguma forma, é acarinhado ainda hoje em dia. Isso é verdade (…) Obviamente que o receberemos com toda a amizade”, admite o autarca.
A situação insustentável na sequência das informações que vieram a público sobre os negócios “pouco transparentes” de Dom Juan Carlos, a deterioração que causam na imagem da Coroa e a pressão feita pelas mais diferentes áreas – com ênfase na atuação do governo – levaram Felipe VI a não adiar mais uma decisão que já era esperada.
O rei aceitou a decisão de exílio do seu pai, o Rei emérito, Juan Carlos.
“A minha decisão foi ponderada e decidi sair da Espanha neste momento”, anunciou o ex-chefe de Estado por quase quatro décadas e que agora ocupa as primeiras páginas da imprensa mundial com os seus negócios com fundos em paraísos fiscais e contas na Suíça.
Recorde-se que em junho passado, o Supremo Tribunal espanhol abriu uma investigação ao envolvimento do rei num contrato para uma linha de alta velocidade com o Governo da Arábia Saudita.
O suíço ‘Tribune de Genève’, avançava então que o antigo rei terá recebido 100 milhões de dólares neste negócio.
O clima de escândalo agigantou-se quando se tornou público Juan Carlos I doou este valor a uma amante, conseguindo assim excluir este montante de qualquer herança.
Os escândalos que marcaram o reinado do Rei emérito por quase 40 anos colocaram Felipe VI na posição de escolher ser rei antes de irmão ou filho. Primeiro, decidiu despojar a irmã Cristina e o seu marido Iñaki Urdangarin devido ao envolvimento no caso Nóos, e agora está a braços com uma nova decisão , desta vez envolvendo o seu pai que, para ainda assim ser protegiddo, tem de ser expulso de Espanha.
A fórmula encontrada para o exílio de Dom Juan Carlos é a mesma que foi usada aquando da sua demissão da vida institucional: assumindo que o visado tomou a decisão e não o próprio Rei Felipe VI. No entanto, veio a público que se realizou, há algumas semanas, uma reunião entre a Casa do Rei e o governo, com diferentes personalidades da sociedade, para analisarem e debaterem a melhor forma de lidar com o problema da presença de Juan Carlos I no mesmo espaço que o rei e a sua família.
Juan Carlos, de 82 anos, viveu no Palácio da Zarzuela ao longo dos últimos 58 anos. Tornou-se rei em novembro de 1975 e foi o chefe de Estado espanhol até à sua abdicação, a favor do filho, em junho de 2014.
- Com agências
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