A três dias da segunda volta das eleições presidenciais francesas, agendadas para o próximo domingo, Emmanuel Macron visitou hoje Saint-Denis, um dos redutos da esquerda nos subúrbios de Paris, e canalizou o seu discurso para criticar as medidas anti-imigração defendidas por Marine Le Pen.
Durante uma intervenção no local, o candidato falou no caso concreto de uma mulher migrante marroquina em situação regular, funcionária hospitalar e mãe de duas crianças.
“Esta jovem será despejada da sua habitação social e todos os benefícios sociais que usufrui serão retirados”, criticou
O programa governativo de Le Pen, segundo frisou Macron, é “um programa de guerra civil, de discórdia, se for aplicado na íntegra” e, ao mesmo tempo, é “incoerente”.
O Presidente cessante já tinha alertado para o risco de guerra civil no debate televisivo realizado na quarta-feira à noite, o único frente-a-frente entre os dois candidatos, quando Marine Le Pen defendeu uma lei para proibir o véu islâmico em espaços públicos como nos transportes ou nas ruas (o uso do véu islâmico já é restrito nas escolas e em outros espaços oficiais).
Macron classificou tal medida como contrária ao princípio de laicidade da República francesa.
Em Saint-Denis, cidade com cerca de 100 mil habitantes a norte de Paris que votou maioritariamente (61%) no candidato Jean-Luc Mélenchon (esquerda radical) na primeira volta das eleições, em 10 de abril, Macron tentou atrair este eleitorado e mobilizar os abstencionistas.
No domingo passado, e na sequência de uma consulta a simpatizantes do partido França Insubmissa, de Mélenchon, cerca de 67% dos inquiridos afirmou que irá abster-se ou irá votar em branco ou nulo na segunda volta das eleições presidenciais francesas.
Na primeira volta das presidenciais francesas, Macron obteve 27,85% dos votos, contra os 23,15% da sua rival.
As últimas sondagens dão vantagem ao Presidente Macron no escrutínio do próximo domingo.
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