
. Tensão tenderá a agravar
O Presidente e a primeira-ministra da Finlândia anunciaram esta quinta-feira que tencionam avançar com a adesão à NATO. A declaração conjunta de Sauli Niinisto e Sanna Marin sobre a Aliança Atlântica, pôe fim a décadas de neutralidade.
“A adesão à NATO fortalecerá a segurança da Finlândia. Enquanto membro da NATO, a Finlândia vai fortalecer toda a aliança de defesa. A Finlândia deverá candidatar-se à NATO sem demoras. Esperamos que os passos nacionais que ainda faltam sejam concluídos com brevidade nos próximos dias”, lê-se no comunicado assinado pelo presidente Sauli Niinistö e pela primeira-ministra Sanna Marin.
Ambos explicam que “agora que se aproxima o momento da tomada de decisões, também enunciamos as nossas próprias posições comuns para informação dos grupos parlamentares e partidos.”
O Presidente finlandês ressalvou ainda que uma adesão da Finlândia à NATO não será “contra ninguém”, depois de Moscovo ter alertado Helsínquia para as “consequências” em caso de candidatura.
Segundo o jornal finlandês Iltalehti, a decisão deve ser anunciada oficialmente no próximo domingo em Helsínquia, sendo depois confirmada pela Comissão Ministerial de Política Externa e de Segurança TP-Utva, formada pelo Presidente da República e ministros-chave.
De seguida, a decisão é submetida ao Parlamento como uma comunicação. Já foi redigido um texto no Ministério dos Negócios Estrangeiros, que será aprovado pelo TP-Utva e comunicado ao Parlamento.
O objetivo, refere o jornal, é que este anúncio de candidatura não seja discutido nas comissões parlamentares, nem sujeito a votação, mas seja levado à NATO “em alta velocidade”.
Posto isto, o Conselho da NATO reunir-se-á imediatamente. Os 30 embaixadores dos países da aliança tomarão uma decisão sobre convidar a Finlândia para as negociações de adesão.
Mas a Finlândia não é a única a preparar uma adesão à NATO. Também os sociais-democratas da Suécia, atualmente no poder, vão decidir este domingo, dia 15 de maio, se apoiam a candidatura do país à NATO, sendo depois o processo semelhante.
A invasão russa da Ucrânia destruiu a crença de longa data de que ficar fora da aliança permitiria que estas duas nações nórdicas evitassem problemas com o seu vizinho russo.
Em dois meses as sondagens deram uma reviravolta e agora o voto do “sim” vence por maioria esmagadora. “Acho que o que estamos a ver é um maior interesse dos suecos e finlandeses para se juntarem à Aliança”, refere Bruce Jentleson, professor de políticas públicas da Duke University, ao ‘La Vanguardia’.
“A reação inicial é ver apenas os benefícios, a proteção que a NATO oferece. Mas entrar obrigá-los-ia a participar em desdobramentos que talvez daqui a dois ou três anos não vão querer fazer”, ressalva.
Perante a cólera previsível de Moscovo, Helsínquia e Estocolmo procuraram nas últimas semanas um compromisso dos aliados que lhes garanta segurança durante o período de candidatura, altura em que estariam mais vulneráveis porque ainda não estão sob a proteção do artigo 5.º da NATO.
No mês passado, o ex-presidente russo Dmitry Medvedev, agora vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, alertou que uma mudança de rumo em ambos os países obrigaria Moscovo a fortalecer a sua presença militar no Báltico. No entanto, a ação militar parece improvável, num momento em que as forças russas mal avançam na Ucrânia.
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