GUERRAS DA AMÉRICA E DA RÚSSIA EM COMPARAÇÃO DESDE 1940
. Da Luta contínua dos Gigantes pelo Domínio dos Povos
A – Invasões e intervenções relevantes dos EUA:
1– Guerra da Coreia (1950-1953): Os EUA apoiaram as tropas sul-coreanas na luta contra as tropas norte-coreanas, que eram apoiadas pela China e pela União Soviética. A Guerra da Coreia provocou cerca de 1,2-2 milhões de mortes e uma Coreia do Norte extremamente militarizada.
2- Guerra do Vietnam (1955-1975): Os EUA apoiaram o estado sul-vietnamita contra o vietcongue comunista e o Vietnam do Norte. A Guerra do Vietnam provocou cerca de 1,3-3,8 milhões de mortes.
3- A Crise de Cuba (1961-62): a 17 de abril de 1961 deu-se a invasão financiada por Washington falhada na baía dos Porcos (Playa Girón) em Cuba (1). Quase eminente guerra nuclear entre os EUA e a União Soviética.
4- Invasão de Granada (1983): Os EUA invadiram a ilha caribenha de Granada para derrubar o governo comunista de lá.
5- Invasão do Panamá (1989): Os Estados Unidos derrubaram o governo de Manuel Noriega e ocuparam o país.
6- Guerra do Golfo (1990-1991): Os EUA lideraram uma coligação internacional para expulsar o Iraque após a invasão do Kuwait.
7- Intervenção militar na Jugoslávia (1999) (semelhante à intervenção da Rússia na Ucrânia e ao fomento americano através das revoluções coloridas). Foi a primeira guerra de agressão na Europa levada a efeito por alguns países da OTAN (USA, Alemanha + 17 estados) contra a Jugoslávia e sem mandato do Conselho de Segurança da ONU. Posteriormente também aqui a OTAN confessou que o pretexto de ataque foi devido a um equívoco (2); esse estratagema usado para legitimar intervenções também foi usado no caso da mentira orquestrada para justificar a intervenção no Iraque. A Casa Branca parte do princípio que contra a força não há resistência e sabe que depois de uma invasão só contam os factos militares e podem sempre descalçar a bota com o pretexto de actuarem em benefício da liberdade e da democracia. Este é um método constante: fomentar tumultos dentro de um estado, apoiá-los e depois impor-se pela força, levando ao poder um governo favorável.
8- Invasão do Afeganistão e guerra (2001-2021): Os EUA começaram a guerra contra o governo talibã, que hospedava a Al-Qaeda, após os ataques de 11 de setembro de 2001. A guerra do Afeganistão provocou aprox. 250.000 mortos. A Europa e os EUA diziam defender a Democracia e os valores ocidentais no Afeganistão tal como dizem fazer hoje na Ucrânia.
9- Guerra do Iraque (2003-2011): Os EUA atacaram o Iraque para derrubar o regime de Saldam Hussein e para justificarem tal mentiram dizendo que o Iraque tinha armas de destruição em massa. A guerra no Iraque provocou aprox. 1-1,5 milhões de mortos.
10- Intervenção militar na Líbia (2011): Os EUA e outros países da OTAN intervieram na guerra civil da Líbia para apoiarem os insurgentes contra o governo legítimo e derrubaram Muammar al-Gaddafi, criando assim uma zona instável propícia. Onde há petróleo, riquezas naturais ou interesses de estratégica política há sempre pretextos não declarados para se intervir.
11- Ação militar contra o Estado Islâmico (desde 2014): Os EUA e uma coligação internacional participaram da luta contra o Estado Islâmico no Iraque e na Síria.
Esta é uma amostra das intervenções militares dos EUA entre outros conflitos e engajamentos não mencionados.
Na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) a Rússia e os EUA ainda eram parceiros de guerra: Os EUA entraram na guerra em 1941 e lutaram com a Rússia contra as potências do Eixo, Alemanha, Itália e Japão que dera origem ao conflito armado. A Segunda Guerra Mundial provocou cerca de 70-85 milhões de mortes. Os EUA lançaram a bomba atómica no Japão. Os Aliados eram o Reino Unido, França, União Soviética e Estados Unidos.
B – Invasões e intervenções relevantes da União Soviética/Rússia:
1- Guerra Fino-soviética (1939-1940): A União Soviética atacou a Finlândia por questões de disputas de fronteira.
2- Guerra Afegã (1979-1989): A União Soviética atacou o Afeganistão para apoiar o governo comunista.
3- Guerra na Chechênia (1994-1996 e 1999-2009): A Federação Russa lutou contra os separatistas chechenos.
4- Guerra na Geórgia (2008): A Federação Russa interveio na Geórgia para apoiar a independência da Ossétia do Sul e da Abkhazia.
5- Intervenção militar na Ucrânia (desde 2014): A Federação Russa apoiou os separatistas no leste da Ucrânia e anexou a Crimeia. Neste conflito encontra-se também a Casa Branca e a OTAN também já antes envolvidos através da revolução laranja. Os EUA investiram 5 bilhões de dólares para deporem o legítimo presidente da Ucrânia e motivarem a Ucrânia a passar do estatuto de Estado neutro para pretendente a membro da OTAN.
Como é de observar entre as duas potências mundiais que rivalizam no domínio da economia e do poder político no mundo, os representantes dos Estados Unidos revelam-se como mais profissionais na criação de intrigas e são os que mais apostam no poderio militar e económico sob o pretexto de (anteriormente) defenderem os valores anticomunistas e agora de defenderam a liberdade e a independência (os Estados Unidos são mais motivados pelo domínio económico e a Rússia mais pela ideologia). A Federação Russa ainda tentou vir a fazer parte da OTAN, mas as elites dos Estados Unidos apostavam na decomposição da Europa e na redução da Rússia a uma potência secundária. Por isso a intenção da Federação Russa se aproximar à Europa e à OTAN foi sistematicamente contraminado pela Oligarquia americana. “O Acto Fundador OTAN-Rússia (oficialmente o Acto Fundador sobre Relações Mútuas, Cooperação e Segurança entre a OTAN e a Federação Russa) é uma declaração de intenções ao abrigo do direito internacional assinada em Paris a 27 de maio de 1997 entre a OTAN e a Rússia”.
Desde 1940, a Rússia ou a União Soviética, e mais tarde a Federação Russa, interveio em numerosos conflitos militares e guerras em todo o mundo. Geralmente nos conflitos regionais lá se encontram os EUA e a Rússia e um pouco ainda mais discretamente a China.
Os impérios Estados Unidos, Rússia e China procuram influenciar os cidadãos em países que pretendem sob sua dependência com apoios económicos a opositores dos governos ou a grupos armados. Nos últimos tempos os EUA têm usado como meio de infiltração as chamadas revoluções coloridas especialmente nos povos que antigamente pertenciam à esfera de influência soviética. O antigo Portugal das colónias é um exemplo da intervenção soviética e dos EUA no surgir dos combates entre os diferentes grupos rivais.
. António CD Justo, Correspondente na Alemanha
Notas em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=8379
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