~Presidente da Guiné já está em Bissau e anuncia consequências para a acção desencadeada na sua ausência.

1ª página de O Democrata, Jornal de Bissau.

Guiné-Bissau: Confrontos desta madrugada fazem dois mortos, membros do Governo continuam detidos

. Presidente e Chefe de Estado Maior das Forças Armadas estão fora do país por razões diversas e não relacionadas com os aconteci,entos

Imagens da Guiné-Bissau
*Imagens da Guiné-Bissau
ANTÓNIO COTRIM, com a devida vénia.

O Comandante da Guarda Nacional foi detido pela Polícia Militar na sequência de confrontos armados entre a Guarda Nacional da Guiné-Bissau e forças do Batalhão do Palácio presidencial, ao início da madrugada deste sábado. Os acontecimentos já provocaram, pelo menos, dois mortos. O Presidente da República está fora do país. O Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas também está ausente

O Comandante da Guarda Nacional da Guiné-Bissau e mais alguns elementos da corporação foram detidos e conduzidos para as instalações do Estado Maior General das Forças armadas na Amura, em Bissau, avançaram à Lusa fontes militares. De acordo com as fontes, o coronel Vítor Tchongo “e mais alguns soldados” da Guarda Nacional foram detidos por elementos da Polícia Militar, depois de confrontos armados entre a Guarda nacional e forças do Batalhão do Palácio presidencial que começaram ao início da madrugada desta sexta-feira.

Os confrontos ocorreram numa altura em que o Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, Biague Na Ntan, se encontra fora do país.

A Polícia Militar guineense disse entretanto que, pelo menos, dois militares morreram nos combates registados esta madrugada, em Bissau. De acordo com esta fonte, os mortos são um agente da Guarda Nacional e um militar do Batalhão presidencial.

Os disparos começaram em plena madrugada, pouco depois da uma da manhã e voltaram a ouvir-se cerca das 7 da manhã, na capital da Guiné-Bissau com o silêncio a impôr-se a partir das 9 horas.

Nos dois momentos, os tiros ecoaram por toda a cidade de Bissau e partiram das imediações do quartel no bairro de Luanda e de outras instalações da Guarda Nacional, de acordo com os relatos que foram chegando à Lusa.

A zona dos bairros mais próximos dos disparos, como Santa Luzia, Luanda, Empantcha esteve, nas primeiras horas da manhã, sem movimentos de viaturas e pessoas, algum comércio encerrou, mas em outras zonas da cidade a população manteve as rotinas normais, mesmo com o som dos disparos.

Fontes militares afirmam à Lusa tratar-se de confrontações entre elementos da Guarda Nacional e forças do Batalhão do Palácio presidencial.

Ministro das Finanças detido

Os tiros acontecem na sequência de tensões vividas durante toda a noite de quinta-feira, depois de o Ministério Público ter decretado a prisão preventiva do ministro das Finanças, Sulemaine Seide, e do secretário de Estado do tesouro, António Monteiro.

Os dois governantes foram postos em prisão preventiva, na quinta-feira, depois de ouvidos pelo Ministério Público. Horas depois da decisão judicial, foram retirados das celas da PJ pela Guarda Nacional e hoje de manhã, na sequência dos confrontos, voltaram a ser colocados nos calabouços da Polícia Judiciária.

Os governantes estão a ser investigados no âmbito de um pagamento de seis mil milhões de francos CFA (cerca de 10 milhões de dólares) a 11 empresários, através de um crédito a um banco comercial de Bissau.

Governo acusa batalhão do Palácio Presidencial de uso de força excessiva

A coligação no Governo na Guiné-Bissau acusou o batalhão do Palácio Presidencial de estar a fazer um uso “desproporcional e despropositado” da força após confrontos com a Guarda Nacional relacionados com a detenção de dois membros do executivo.

Em declarações à agência Lusa a partir de Bissau, uma fonte da Coligação Plataforma Aliança Inclusiva (PAI) – Terra Ranka, que pediu para não ser identificada, considerou que a troca de tiros que ocorreu esta madrugada e manhã em Bissau, é “um golpe de força da Presidência da República contra a Guarda Nacional que simplesmente havia protegido a vida de dois membros do governo”.

Nada justifica tal uso da força e este nível de violência indiscriminada”, acrescentou a mesma fonte, pedindo à comunidade internacional que exija uma intervenção da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental CEDEAO), que tem no país uma força desde a tentativa de golpe de Estado de 1 de fevereiro de 2022.

* Com fontes, redação e Expresso

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