Últimas Notícias

  • Em actualização Inédito. MP demite Governo de maioria absoluta. Portugal mudou? ................. António Costa, PM, apresentou a demissão de Primeiro-Ministro, desconhecendo qualquer acusação contra si, acima de tudo para preservar a imagem do Estado Democrático. Desconhecemos o que vai fazer o PR que convocou o Conselho de Estado, sendo previsível que a demissão se efectue após a aprovação do Orçamento de Estado. .................................. . PM teve segunda reunião em Belém; . PGR esteve em Belém; ........................ . PM António Costa fala ao país às 14H00 ........................ O momento é o menos apropriado. Com o Orçamento por aprovar e duas guerras em curso além da aplicação do PRR, o Processo Lítio pode derrubar o governo. Três cenários em avaliação: 1. Marcelo convoca eleições; 2. António Costa remodela governo ( solução mais adequada neste momento ) 3. António Costa demite-se e o PS indica outro PM evitando Eleições e proporcionando a aprovação do OE entre outras matérias importantes. Todas as possibilidades são negativas. Neste momento (11H32) 1 ministro constituído arguido ( João Galamba - Infraestruturas ) e vários detidos, entre eles o Chefe de Gabinete do PM (Vitor Escária) e Lacerda Machado um Homem da maior confiança do PM, além do Presidente da Câmara de Sines ( Nuno Mascarenhas) e dois empresários, e ainda o Presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, decorrendo ainda dezenas de buscas em residências e empresas. O PM António Costa deslocou-se a seu pedido a Belém e não se sabe ainda o que decidiu (aguardamos com expectativa), tendo cancelado a agenda prevista para o dia. Director

  • EDITORIAL . Momento histórico Por iniciativa de sua Esposa Fernanda Ramos (Dra) e, certamente sua Filha Vânia Ramos (Dra), o Magistrado João Ramos vê o seu espólio preservado e com possibilidades de estudo futuro. A iniciativa louvável, teve acolhimento da Câmara Municipal de Oleiros que aqui destacamos também, proporcionando em contrapartida a edição do Livro cuja imagem está ao lado do nosso título, com a assinatura do Historiador e Investigador Leonel Lucas Azevedo, apresentado pela insigne Maria Alda Barata Salgueiro (Dra) este dia 11 em Oleiros, pelas 18H00 nas Devesas Altas. João Ramos, devemos recordar, foi o primeiro Presidente da Conselho Editorial do Jornal de Oleiros, Amigo seguro do Jornal de Oleiros, aliás, como todos os já citados nesta nota e, foi ele próprio nos últimos momentos a escolher como sucessor a Professora Manuela Marques . Compreende-se assim melhor a emoção do Fundador e Director do Jornal, impossibilitado por razões ponderosas de estar presente no evento tão marcante. [caption id="attachment_5579" align="alignnone" width="150"] Magistrado João Ramos[/caption] Paulino B. Fernandes Director Email:Jornaldeoleiros@gmail.com

  • EDITORIAL A situação na fronteira da Ucrânia com a Rússia tende a agravar-se continuamente, gerando preocupações acrescidas em todo o mundo. Os últimos desenvolvimentos não são tranquilizadores. Os EUA enviam militares para a Europa e a NATO mobiliza as tropas e meios europeus, incluindo os portugueses já envolvidos com meios humanos e aéreos e em mobilização os navais. O que era aparentemente fácil de resolver, ou seja, garantir que na actual configuração da Nato a Ucrânia não seria integrada, salvaguardando as fronteiras russas, não está ainda assumido e pode na verdade gerar o conflito que tenderá sempre a alastrar, podendo mesmo ver a China ao lado da Rússia num conflito devastador. Resta-nos apelar ao bom senso das partes e ter expectativas positivas. Director

  • [caption id="attachment_4971" align="alignnone" width="150"] Comandos[/caption] O caso do julgamento dos Comandos envolvidos na morte de dois Instruendos de um Curso de Comandos, suscita diferentes interpretações. Importa desde já lamentar as duas mortes, nunca desejadas em forças que se orgulham de "nunca deixar para trás os nossos". Salientar necessariamente que estes cursos são frequentados por jovens voluntários, conhecedores de quão duro é o curso. A prova zero determina os que estão aptos a enfrentar situações extremas, de enorme perigosidade, as quais só são superadas porque o treino foi árduo, muito difícil. Os resultados e o aproveitamento obtido são depois comprovados em cenários como os da República Centro Africana ou em outros e é bom recordar as frentes em África, na Guiné, em Moçambique e em Angola anteriormente. São depois apreciações de Generais da NATO e outros que reportam gostar e confiar nas tropas portuguesas que inspiram respeito e exibem qualidades insuperáveis. Sabemos por conhecimentos próprios que em tudo podem acontecer excessos, mas nunca com a intenção de "matar", pelo contrário, são no sentido de evitar baixas. Por isso lamentamos o julgamento, tal como lamentamos as mortes acontecidas. Director

  • EDITORIAL A noite de 30 de janeiro poderá ter alguma emoção e grandes desgostos. Neste plano começo pela clarificação sobre a extrema-direita representada por homem só, inqualificável, esperando que os portugueses genéricamente o empurrem para um local pequeno "na história" como merece. Quer ser o 3º Partido em dimensão, mas, se for o 5º é o ideal. Rui Rio pode perder a oportunidade por manifesta impreparação que exibiu ao longo dos debates fastidiosos a que fomos submetidos nestes dias. Tanto Partido sem importância relevante ou algo para dar aos portugueses. No futuro isto tem de ser alterado e a debates só deveriam ir Partidos com o mínimo de 5% de representatividade adquirida anteriormente. O PS e António Costa vão recolhendo a maioria dos votos, coisa que se considera natural face *a governação e bons resultados alcançados, apesar da pandemia. A esquerda e a extrema-esquerda a quem Costa vai apresentando a factura da crise, parece que vão ter a merecida apreciação ou depreciação. Na noite de 30 de Janeiro aqui estaremos para confirmar ou não o que se escreve anteriormente. PF

  • Comandos africanos nas Forças Armadas Portuguesas. Histórias de abandono e traição

    "Por ti, Portugal, eu juro!" - Memórias e testemunhos dos comandos africanos da Guiné (1971-1973) é um documentário sobre ex-comandos africanos e traz memórias de horror para a história de uma "revolução sem sangue".
    Cerca de 600 homens integraram três companhias de comandos africanos na Guiné-Bissau, uma tropa de elite única exclusivamente constituída por negros que serviu Portugal na Guerra do Ultramar. Com a independência, foram abandonados pelo Exército português, que os deixou para trás. Foram perseguidos, torturados e muitos fuzilados. Cinquenta anos depois, as suas versões da história foram ouvidas e reunidas num projeto de tese de doutoramento e num documentário. Os poucos ainda sobreviventes reivindicam direitos que lhes tinham sido assegurados e nacionalidade portuguesa. "O governo português pagará ainda as pensões de sangue, de invalidez e de reforma a que tenham direito quaisquer cidadãos da República da Guiné-Bissau por motivos de serviços prestados às Forças Armadas portuguesas. [...] O governo português participará num plano de reintegração na vida civil dos cidadãos da República da Guiné-Bissau que prestem serviço militar nas Forças Armadas portuguesas e, em especial, dos graduados das companhias e comandos africanos." Este foi o compromisso assumido no Acordo de Argel, que reconhece a independência da Guiné-Bissau, assinado a 26 de agosto de 1974 pelos então ministros dos Negócios Estrangeiros, Mário Soares, e da Coordenação Internacional, António de Almeida Santos. Dos cerca de 400 mil africanos negros que, como portugueses que eram na altura, combateram do lado das Forças Armadas Portuguesas (FAP) contra os movimentos de libertação em Angola, Moçambique e na Guiné-Bissau, o Ministério da Defesa Nacional assume apenas o reconhecimento de "direitos inerentes, consoante cada caso concreto", a "800 militares de origem africana, que combateram pelas Forças Armadas Portuguesas na Guerra do Ultramar, qualificados como deficientes militares". O Gabinete de João Gomes Cravinho não especifica ao DN nem o país de origem nem a que unidades pertenciam. Julião Correia, Luís Sambu, Mário Sani, Bubacar Djaló, Lamine Camará e Paulo Rodrigues (fotos em cima, da esquerda para a direita) não estão entre eles. As suas vozes representam as de uma maioria de ex-combatentes portugueses (na altura era essa a sua nacionalidade) e trazem uma história que não é a dos vencedores, nem sequer a conveniente para as narrativas comuns sobre o papel desempenhado por estes homens, que integraram uma unidade de elite do Exército português promovida pelo general António de Spínola - a mesma a que pertenceu o mais conhecido comando africano na Guiné, Marcelino da Mata, falecido em Portugal no início deste ano. Para a Guiné independente foram considerados traidores e não houve contemplações. Para os revolucionários de abril eram um incómodo e foram atirados para o lado sombrio da história. Sorriso e sangue Os testemunhos deste documentário fazem parte de um grupo de cerca de três dezenas de ex-comandos que foram ouvidos na Guiné-Bissau por Sofia da Palma Rodrigues, doutoranda em Pós-Colonialismos e Cidadania Global do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, no âmbito de um projeto de tese sobre este tema, e por Diogo Cardoso, ambos jornalistas da revista digital Divergente, onde será publicado um documentário completo nos meses de outubro, novembro e dezembro (ver entrevista ao lado), um trabalho que contou com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, da Fundação para a Ciência e Computação e do CES. "Por ti, Portugal, eu juro!" - Memórias e testemunhos dos comandos africanos da Guiné (1971-1973) traz novas versões sangrentas e de horror, sem cravos, para a história de uma romântica "revolução sem sangue". Os seus testemunhos são um murro no estômago e obrigam mesmo, a quem ainda não o tinha feito, a olhar de outra forma para este período da história, quando Spínola assumiu o cargo de governador-geral daquele país e comandante-chefe das FAP. No seu plano, ""Por Uma Guiné Melhor", prometeu melhores condições de vida aos então portugueses negros daquele território, para que deixassem de aderir à causa do PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde). Na linha da frente deste projeto, a que Cabral chamou política de "sorriso e sangue", estavam os comandos africanos, combatentes escolhidos entre os mais fortes para as missões mais complexas de contrassubversão, como braço armado do desígnio de Spínola que promovia a imagem de uma nação integradora e multirracial. "Sou português, em todos os sentidos sou português. Juro!", declara para a câmara Julião Correia, soldado da 1.ª Companhia de Comandos Africanos da Guiné, de braço erguido. "Eu não jurei duas bandeiras, apenas uma", afirma Lamine Camará, da 2.ª Companhia, que não esconde a sua revolta: "Sinceramente, arrependo-me de não ter ido para a guerra de libertação. Virei-me contra a minha família, meus irmãos. E afinal por quem lutei? Lá no Ministério da Defesa puseram miúdos que nada fizeram pelo país. Eu fiz mais por Portugal do que aquela gente que está lá", afirma indignado. "Abandonaram-nos. Sinceramente, abandonaram-nos completamente. Ficámos filhos, sem pai e sem mãe [...]. Portugal tem todos os nossos documentos [...]. Sou português para sempre. O meu sentido é português. Porque jurei a minha pátria, sou português", declara, de olhos embargados de lágrimas, Mário Sani, que foi perseguido depois de 1975 e esteve fugido durante mais de três décadas em vários países da África Ocidental.
    "Encontrámo-nos com Mário Sani pela primeira vez em 2018. Regressara há pouco de uma fuga que durou mais de 40 anos, depois de ter sido perseguido e preso pelo PAIGC em 1975. O seu corpo magro e periclitante estava presente, mas a vida do homem fardado, jovem e forte, que nos fitava da fotografia pendurada na parede, parecia ter sido sugada", é contado no documentário.

    Sem escolha ideológica

    Sani lembra-se bem do dia em que viu Spínola pela primeira vez. Segundo o trabalho de Sofia Palma Rodrigues e Diogo Cardoso, "tinha acabado de ser ferido numa perna quando o governador o foi visitar ao hospital. Disse-lhe para ter coragem, defender a terra, defender a bandeira, e até lhe apertou a mão - a mesma mão a que, anos mais tarde, seriam arrancadas as unhas como castigo pelo serviço prestado a Portugal". Mário Sani contou-lhes que o general do monóculo "falava sempre muito bem. Dava-nos coragem durante a instrução militar. Não sabíamos que estávamos a ser enganados, que era mobilização. Quando nasces nas mãos de alguém, pensas que tudo o que essa pessoa te diz é verdade, ou não? Não conhecia a finalidade da guerra, achava só que o PAIGC era o agressor. Só depois da independência vim a perceber", recordou. Sani, Julião Correia e Lamine Camará morreram já depois de terem dado o seu testemunho, antes de receberem, ou as suas famílias, qualquer apoio português. "A maioria destas pessoas não fazia uma escolha ideológica. As pessoas eram empurradas para um lado ou para o outro. Ou porque viviam em Bissau e iam para as FAP, ou porque estavam no campo e iam para o lado do PAIGC. Não era uma escolha", assinala Sofia Palma Rodrigues.
    Esta tarde, este trabalho vai ser apresentado numa sessão privada no Museu do Aljube ("porque tem uma bandeira da memória e este trabalho é sobre a memória") e vão estar presentes dois ex-comandos, Abdulai Djaló, 73 anos, e Juldé Djaguité, 71, das 1.ª e 2.ª Companhias, respetivamente. Ambos residentes atualmente em Portugal. "O pai de Abdulai era perseguido pela PIDE e ele entendeu que a melhor forma de defender a vida da família era ir para os comandos. Depois do 25 de Abril, quando conseguiu vir para Portugal e enquanto esperava a ajuda da Associação de Comandos, dormiu numa cadeira encostada a um prédio num bairro de Chelas. Depois foi viver para uma casa onde estavam outros antigos tropas. Passados dois ou três anos, a Associação de Comandos conseguiu-lhe um lugar como porteiro num parque de campismo, mandou vir a mulher e os filhos e viveram vários anos numa tenda. Hoje tem um grande orgulho de ter conseguido comprar uma casa", conta Sofia Palma Rodrigues. Juldé era furriel e teve de fugir depois do 25 de Abril para o Senegal, onde esteve "bastantes anos" escondido", até que conseguiu que a embaixada portuguesa o autorizasse a vir para Lisboa. "É muito consciente dos seus direitos. Trabalhou cá e, com a ajuda da Associação de Comandos, num processo que demorou anos, tem uma reforma. Mas ainda assim é de soldado, e não de furriel, que era o posto dele, que não lhe foi reconhecido", assinala a autora. Amanhã, dia 30, será feita uma apresentação pública do documentário junto ao Padrão dos Descobrimentos, em Belém. Contactada pelo DN, a Associação de Comandos recorda que em 1977 conseguiu resgatar "cerca de 90 militares africanos que tinham fugido para o Senegal para escapar aos fuzilamentos". O presidente José Lobo do Amaral assinala "as enormes dificuldades e sofrimento que estes homens passaram". Sublinha que a Associação "foi dando algum apoio para a integração" destes militares em Portugal, mas que "só hã cerca de 12 anos conseguimos resolver o problema da nacionalidade a um número razoável deles". Lobo do Amaral defende que "todos estes ex-combatentes" recebam "os seus direitos, principalmente no que diz respeito ao apoio na doença que, com a idade já avançada e as mazelas da guerra, será o mais urgente" O coronel Raul Folques foi o último comandante do Batalhão de Comandos da Guiné, que integrava as três companhias de comandos africanos. "É urgente ouvir estas pessoas e fazer justiça", afiançou ao DN. Este oficial foi destituído do seu posto logo após o 25 de Abril e entende que "as reivindicações de todos estes ex-comandos são válidas. Foi feita uma grande injustiça a estes militares, que se consideravam e consideram ainda portugueses. Foram humilhados, ostracizados, muito maltratados a todos os níveis. Roubaram-lhes a nacionalidade, e esse é um direito que nunca lhes devia ter sido retirado", assevera. Nos últimos anos, a Associação dos Filhos e Viúvas dos Antigos Combatentes Portugueses da Guiné tem organizado manifestações à porta da Embaixada de Portugal em Bissau a reivindicar o pagamento de pensões de sangue e invalidez. É tarde demais para estas pessoas? "Não é. Elas não sentem que seja tarde demais. Enquanto estiverem vivas, se forem reconhecidas já é bom", diz Sofia Rodrigues.
    • Com a devida vénia ao DN e a
    valentina.marcelino@dn.pt

  • Actualização

    S.A.R. Dom Filipe VI, Rei de Espanha estará no Funeral em Portugal. Antes enviou já telegrama . Telegrama O rei Felipe VI manifestou hoje o seu pesar pela morte do antigo Presidente da República Jorge Sampaio de quem destacou "o seu legado e o seu firme e profundo empenho" no fortalecimento dos laços com Espanha. O monarca enviou um telegrama ao Presidente Marcelo Rebelo de Sousa onde expressou as suas "mais sinceras condolências" em seu nome, do Governo e de todos os espanhóis pela morte de Sampaio, hoje, aos 81 anos de idade, num hospital em Lisboa. "Uma triste perda de alguém que foi sem dúvida uma grande personalidade no seu país, na Europa e América Latina e no mundo", disse Felipe VI, de acordo com a cópia do telegrama enviada à agência Lusa. O monarca espanhol afirma que Jorge Sampaio será sempre recordado pelo "seu legado e pelo seu firme e profundo empenho em reforçar as relações entre Espanha e Portugal". Juntamente com a Rainha Letizia, Felipe VI também transmitiu as suas condolências à viúva do falecido antigo Presidente e a todos os seus familiares, assim como o seu "afeto ao querido povo amigo de Portugal". . Primeiro Ministro de Espanha fala de Jorge Sampaio O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, já tinha lamentado hoje a morte de Jorge Sampaio, que considerou, através da sua conta na rede social Twitter, ter sido “um grande político, um grande construtor de consensos e precursor de alianças entre a esquerda" portuguesa.
    Pedro Sánchez, também secretário-geral do PSOE, o partido socialista espanhol, terminou a sua curta declaração manifestando, em português, os seus sentimentos aos “entes queridos” de Jorge Sampaio e a toda a “família socialista portuguesa”. Por seu lado, o PSOE, também através do Twitter, lamentou a morte do ex-chefe de Estado, “um grande socialista, de profundas convicções e um grande humanista.

    Faleceu o ex – Presidente Jorge Sampaio

    Jorge Sampaio nasceu em 1939 e faleceu hoje, 10/9/2 021 Dizer que se perdeu um Homem extremamente culto, comprometido com a Democracia e, evidentemente com a solidariedade é pouco. Jorge Sampaio foi um Advogado defensor de presos políticos, veio do MES para o PS e passou por tantos e tão diferentes cargos que pode dizer-se viveu plenamente com responsabilidade a Democracia. Foi com Jorge Sampaio que o PCP começou a ter visibilidade e a tornar-se imprescindível no Regime Democrático e na Câmara de Lisboa. Profundamente respeitado, extremamente culto, Portugal perde um vulto incontornável. O nosso Jornal, o Director e Colaboradores apresentam sentidas condolências à Família e Amigos. PF ………………….

    Jorge Fernando Branco de Sampaio nasceu em 1939, em Lisboa. Licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, exerceu advocacia durante largos anos. A sua intervenção cívica e política emergiu no movimento académico dos anos 60, altura em que foi Presidente da Associação Académica da Faculdade de Direito e Secretário-Geral da Reunião Inter Associações Académicas. Manteve sempre uma intensa intervenção nos movimentos políticos que precederam abril de 1974.

    Após abril de 1974 exerceu variados cargos públicos, nomeadamente o de Secretário de Estado da Cooperação Externa, deputado da Assembleia da República, membro do Conselho de Estado e Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, tendo sido eleito Presidente da República em 1996, cargo que manteve durante dez anos. Entre 1979 e 1984, enquanto membro da Comissão Europeia dos Direitos do Homem no Conselho da Europa, desenvolveu um importante trabalho na defesa dos Direitos Fundamentais do Homem.

    Esteve presente na Universidade de Aveiro em ocasiões diversas e acompanhou com manifesto interesse o desenvolvimento da instituição, sendo de referir, a título de exemplo, o seu apoio a iniciativas sobre ciência e inovação, desenvolvimento local, cultura e cidadania. A sua presença na cerimónia comemorativa dos 25 anos da Universidade foi um momento significativo de reconhecimento público dos contributos da Universidade para com o País.

    A promoção da língua portuguesa e o estreitamento das relações entre os PALOP e o Brasil foram linhas de força da sua ação enquanto Presidente da República, tendo acompanhado atentamente o processo de transição de Macau e o processo de independência de Timor-Leste, com importância reconhecida no seu desenvolvimento.

    Atualmente integra o Conselho de Estado e exerce altos cargos internacionais, nomeadamente de Enviado Especial para a luta contra a Tuberculose, designado pela ONU. Em abril de 2007 foi nomeado Alto Representante das Nações Unidas para o Diálogo das Civilizações.

    Em 2008 foi nomeado Doutor Honoris Causa pela Universidade de Aveiro.

    PF

  • EDITORIAL

    25 de Abril de 202147 anos após a vitória da Democracia sobre a ausência de liberdades, o fim do medo, a caminhada para novos valores, acontece este ano num momento de pandemia que a todos afecta e, como sempre, mais a uns que a outros. Não vamos assim marchar na avenida, mas celebramos. Importa meditar nos que estão de novo a ficar para trás, no desemprego, nos que para sempre cairão sem hipótese de recuperar. Importa meditar sobre o que fazer com as ameaças à liberdade de imprensa, nos que produzem notícias enganadoras empurrando para o desaire e para o regresso a algo que não queremos mais. Pensar ainda como explicar aos que nasceram depois do 25 de Abril de 1974 e não sabem a miséria e a ignorância que caracterizava o país nem conheceram a guerra em África que ceifou vidas e destruiu bens materiais, impedindo o investimento no desenvolvimento que não existia porque todos os recursos eram canalizados para a guerra. Em suma, muito para refletir, mas celebrando sempre o 25 de Abril e o que representa para um povo. PF